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sábado, 18 de abril de 2009

Resumo!

*Vídeo que complementa o texto a baixo.

A minha aventura na terra do tio Sam

No dia 3 de Dezembro de 2007 anexei a minha vida, capítulos de uma aventura especial e única. Uma aventura internacional, que começou no Aeroporto Internacional do Galeão no Rio de Janeiro, onde jovens com variados estilos e sotaques, de norte a sul do Brasil, todos estavam ali prestes a desfrutar de um intercâmbio na terra do Tio Sam, os Estados Unidos seriam nosso endereço pelos próximos 5 meses.

Faz quase um ano que voltei, porém ainda me recordo com clareza de muitos detalhes. Acredito que não seria interessante comentar que após sair do RJ, foram oito horas de voo até Miami (4 de Dezembro) onde fizemos a imigração e que de lá eu e mais uma amiga de Salvador fomos para Dallas no Texas, nossa segunda parada. Tudo estava bem, tudo normal, tomando uma coca cola, comendo um cookies, um Mc Donalds no almoço até que percebo a falta da minha passagem de Dallas para Phoenix no Arizona, meu destino final. E agora? O uso do meu inglês dito intermediário no Brasil me parecia de um mero aprendiz por lá, I loss my ticket from Phoenix and I don´t remmenber what time is't, era o que eu dizia bem com segurança, a partir disso não me pergunte como eu consegui um novo ticket. (risos)

Bem, como este texto será utilizado também como uma avaliação para a faculdade, não deixarei de me atentar a alguns detalhes que possam caracterizar uma comunicação ou a comunicação e claro que não deixarei de citar alguns pormenores interessantes que venha a lembrar.

Minha chegada à capital do Arizona foi bastante louca, sim, louca, pois pela janela do avião conseguia ver uma terra bastante vermelha e bastantes montanhas, a primeira pergunta que me fiz ao pisar naquele lugar foi, o que diabos estou fazendo no meio do deserto com esses cactos? (risos) Mas não fique espantado, Phoenix é uma cidade bastante evoluída e por se tratar de um ambiente de pouca vegetação e de pouca umidade no ar, os lábios se ressecarem com facilidade, não é difícil ver cactos por todos os lados, entretanto possui um centro moderno e ainda silencioso, algo raro para uma cidade grande, tem sistema de transporte agradável, muita sinalização, muita educação no trânsito(quase não se ouvem buzinas e ultrapassagens perigosas).

Por ter feito uma vasta pesquisa e ter me organizado bastante já tinha tudo programado, procurar uma shuttle(vã) que me levaria até o condomínio onde iria morar. Ok, muito fácil, aquele velho sinalzinho de positivo com o braço estendido um cara de longe com um assovio e pronto, lá estava ela, a vã, colocando minhas malas para dentro e perguntando qual o cep e o número para serem colocados no GPS(coisa normalíssima nos carros dos EUA) e me levar até o local correto.

Ao chegar em Monte Viejo Apartments, o condomínio, me arrepiei, uma levada de Filipinos com semelhança genérica a Chineses, vieram ao meu encontro. Where're you from? - Perguntavam, I´m from Brazil - respondia. Após ouvirem Brasil eles ficaram atônitos, me olharam como um ser superior, algo bastante exótico para eles, para um grupo de sul africanos, mexicanos residentes(muitos ilegais) e claro os americanos. Samba, Ronaldinho e Kaká eram assuntos básicos em qualquer conversação.

O tempo que morei em Phoenix foi excepcional, nunca vou me esquecer daquilo tudo. O número 1175 (número do meu apartamento) era bastante visitado, nele viviam dois Filipinos, coisa comum até então e dois Brasileiros, bem, a partir daí muita coisa já muda. Era irado receber visitas dos amigos e dos amigos dos amigos, era reunião quase sempre, um ambiente internacional, o idioma oficial era naquele ambiente era o inglês, todavia ouvia-se um pouco de espanhol, tagalo (dialeto filipino), a língua regional da África do Sul e o nosso velho e bom português.

Em relação a comida do dia-a-dia era bem simples também, o país EUA é conhecido como lugar de obesos por ter oferta de fast foods e muita besteira (doces, hot dogs, sorvetes e comida mexicana). Vou definir aqui o cardápio caseiro, basicamente, no café da manhã, pão com pasta de chocolate ou suco de laranja pronto com nuggets de frango e arroz. No almoço, coca cola, macarrão, mais nuggets, feijão enlatado, salada, e arroz. No jantar, bem, o jantar tinha coca cola, pão com queijo e presunto, uns filezinhos certas vezes e arroz. Detalhes importantes a serem explicados; arroz fazia parte de nossa refeição diariamente, pois os filipinos comem o mesmo a qualquer hora, basta só estar quente que eles mandam ver. Era comum que após as refeições nos deliciássemos com saborosos sorvetes Häagen-Dazs, caríssimos aqui, muito barato por lá. Geralmente também trocávamos algumas das refeições por lanches da Mc Donald visto que havia uma a 50 metros do condomínio. Uma geladeira média para quatro pessoas era algo absurdamente injusto, as coisas ficavam amontoadas, era difícil comprar coisas para colocar na parte do freezer, pois estava abarrotada de sorvetes, certa vez contei nove. Nos amários não era diferente, batata Ruffles, biscoito Oréo, chocolates variados, inúmeras latas de coca cola, chicletes, começo a salivar somente em recordar. (risos)

Phoenix é um estado situado na região sudeste dos EUA, inicialmente colonizado por espanhóis, de clima árido ou semi árido, mas que por causa das elevadas altitudes possui um clima mais úmido e frio. Faz fronteira com os estados da Califórnia e parte de Nevada a oeste, Novo México a leste, Utah ao norte e com o México (país) ao sul. É uma região desértica com bastante influência hispânica, dados comprovaram que 20% da população possui o espanhol como língua materna, desta maneira muitas pessoas bilíngües, sendo este um dos requisitos importantes para se trabalhar naquele local.

Devido a localização muitas vezes você chegava a uma loja e era recebido com um famoso e receptivo Hola. Eu entendia muito do que eles falavam, a proximidade das línguas é notória, mas o que me intrigava era porque eles não iniciavam o diálogo comigo em inglês, ora, “você tem aparência mexicana, traços fortes”, não tinha para onde correr, não foram poucos os lugares que passei por esta situação, mas eu era Brasileiro, de língua mãe português e já, sem timidez, conversava em inglês. Muitas pessoas nos Estados Unidos acham que por ser América do Sul todos falamos espanhol, logo percebia a falta de estudo sobre nossa região, esqueciam-se eles do Tratado de Tordesilhas, que dividia a parte Sul entre Espanhóis e Portugueses.



Bem, lá eu tinha de acordar cedo, muito cedo para ir trabalhar, em torno de 4 horas da manhã. Primeiro para fazer meu café da manhã, me arrumar e esperar a van que fazia o transporte até o local de trabalho.
Em relação ao trabalho, os americanos são exigentes. Desejam pessoas que realmente estejam dispostas a trabalhar muito e receber um salário (para níveis de América Latina) muito bom, o meu era de 8.50 dólares a cada hora suada e se fosse extra, contava-se 1 hora de trabalho mais a metade de uma, totalizando 12.75 dólares. Naquela época chegava a trabalhar 90 horas por mês. Era um dinheiro legal, pude curtir bastante, comprar coisas legais e conhecer lugares incríveis.
Fazer este tipo de intercâmbio é uma opção interessante de aprendizado, sério. Muita gente vai para fazer cursos de inglês durante 1 ou 2 meses, e não vive tantas experiências como as que pude viver. Não fiz escola ou qualquer curso de inglês por lá, foi tudo “natoralmente” como dizem, e afirmo, é a melhor maneira.
Morar em outro país engloba inúmeros aprendizados, desde a diferente língua/cultura até o seu próprio autoconhecimento. Você descobre coisas que ainda não sabia sobre sua pessoa, pratica algumas habilidades, exercita bastante características como paciência, organização e disciplina, poder e também a capacidade de planejamento.
No tempo em que passei fora, de tudo um pouco aconteceu comigo:
Imagine brigar em inglês - é fuck! pra lá, fuck you! pra cá - a cada 5 palavras 2 são fuck. Eles não têm muitos adjetivos pejorativos, são pouquíssimos.
Imagine conversar sobre mulher, relacionamento e fidelidade. Certo dia, passei um bom tempo dialogando com um grande amigo filipino, ele me dava altos toques.
Imagine como é ser brasileiro bom de bola? Às vezes não precisa jogar tanto, nossa fama internacional já compensa.
Imagine como é viajar por lugares antes apenas vistos nas produções de cinema? Tirar uma foto bem pertinho do letreiro de Hollywood, “garota eu vou para a Califórnia”, caminha na calçada da fama com todo aquele glamour, fazer compras nos famosos Outlets, conhecer a Disney com seus magníficos parques temáticos, tirar um foto com Mickey, pegar uma praia em Miami Beach, entre tantas outras coisas legais.
Quem desejar informações sobre lugares e coisas para serem feitas nos Estados Unidos pode falar comigo.
Gostaria muito de trabalhar de guia, uma profissão muito legal.





MEU ROTEIRO
IDA: (Aéreo) SSA – RIO / RIO – MIAMI / MIAMI – DALLAS / DALLAS – PHOENIX
VOLTA: (Aéreo) PHOENIX – LOS ANGELES / (TREM + BUS) LOS ANGELES – SÃO FRANCISCO / (Aéreo) SÃO FRANCISCO – ORLANDO/ (BUS) ORLANDO – MIAMI / (Aéreo) MIAMI – RIO / (Aéreo) RIO – SSA

Um dia espero voltar aquele país, mesmo com tanta gente que fala mal, eu gostei de tudo aquilo.
Gostaria de dizer que apesar das diferenças culturais, a maneira de falar é a mesma aqui e lá, a diferença é o código. Certa vez tive um papo interessante com um americano, estávamos no intervalo do trabalho, e conversamos sobre relacionamento, ele comentava sobre sua esposa e eu sobre minhas poucas experiências de namoro. Naquele momento, o inglês já não era mais barreira, dialogávamos com tanta naturalidade, que as origens de cada um não interferiam.
Trabalhei em um clube de golf, lá exercia várias funções, limpeza, recepção, motorista de carrinho, entre outros, além de trabalhar empurrando sofás(por pouco tempo) numa loja próxima ao meu condomínio. Vale ressaltar que no clube eu ganhava $8,50 por hora trabalhada e no segundo $7,00. Era muito bom pra mim.

Agradeço aos meus pais e familiares que contribuíram e me deram todo o apoio, todo mesmo, nesse investimento. Aos meus amigos que mantiveram contato por e-mail, MSN e Orkut. Em especial a Bruno Nascimento, brasileiro, que mora a seis anos em Phoenix e foi um grande amigo em todos os momentos. Thiago Archanja meu companheiro carioca, que morou no mesmo apartamento e dividiu o mesmo quarto, tantas conversas, reflexões, discussões, mas foi tudo muito bom. Marina Baruch, com quem sempre tive contato e já passamos por tantas emoções, a viagem apenas concretizou algo que eu já sabia, ela é uma pessoa especial. Christian D’Jong, Napoleon, Erick, Jhonatan, Ramon, Lari, Zenzi, Sr. Alex, Mike, Angel e tantos outros.

sexta-feira, 17 de abril de 2009